2007-10-05

Dia 3

Dia 3:

Voltei da minha visita a alguém proveniente dalgum lado…

Voltei no carrossel porque quando cheguei a montanha-russa já tinha partido. Claro que no carrossel a viagem demorou um pouco mais e todos sabem que uma montanha-russa avança mais rapidamente. No carrossel, que de 5 em 5 minutos parava, enjoava muito mais e cheguei a vomitar para uma mulher anafada que curiosamente tinha sósias em todas as estações e apeadeiros…e ainda mais curiosamente, ela que provavelmente trabalhava lá, trabalhava também nas outras estações e apeadeiros, e estes eram também todos iguais. (Decididamente não percebo o mundo.)

É já manhã e tenho de dormir ainda.

Mas não durmo…

Dia 3.1:

Que dia é hoje?

Estremeço e acordo…

Mas não dormi, como pude então acordar?!

Senti ao olhar para a minha barriga um aperto que reconheci como um mau presságio do futuro. Reconheço estes sinais:

-espasmos nos braços e olhos;

-enxaquecas;

-dores estomacais e abdominais.

(Entre outros, estes pontos são meramente simbólicos e podem ser interpretados metaforicamente como tudo na realidade. Sim, porque até um soluço pode e quer dizer mais do que uma simples alteração no ritmo do diafragma.)

Aquele aperto podia parecer apenas um sinal de fome mas era muito mais que isso…assustei-me porque já tinha acontecido e todo o meu dia foi atormentado por ele. Coitado do dia, ter de suportar estes fardos…

Eu esperei observando desconfiadamente tudo que me rodeava.

Estava a ser um dia mau…

Dia 3.1.2:

Chuva e mais chuva num momento que parecia ser soalheiro…

Só quando almocei passou aquele aperto e ao desaparecer fez-me acalmar e começar a esquecer esse mau presságio/adágio. (Não que fome e má sorte estejam interligadas.)..

Dia 3.2:

Ia na rua paralela à rua onde estava um enorme espelho onde eu estava reflectido. Ouvi alguém chamar:

-Ego!! Oh Ego!!

Olhei em redor mas não via ninguém…

-Ego!! – Continuou a voz.

Era só eu reflectido a chamar-me. Perguntei-me o que queria mas fiquei revoltado quando me respondi que só queria saber porque me chamava Ego…

Claro que respondi que foi só o nome que me deram e que ninguém muito menos eu tinha nada a ver com isso.

-Chamo-me Ego porque sou Eu. – respondi.

Continuou a falar comigo mas limitei-me a ignorar porque não estava para conversas triviais… que estupidez, perguntar o porquê do meu nome…

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