2010-03-14

9-LN1/282153303.2147

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Os saltos repetem-se, voltam e vão e voltam. Voltas.
Triplos saltos e passam dias sem serem dias e noites que não são noites. A matriz desintegra-se no tempo e o tempo já não existe para mim.
Duplos saltos. Mais dias voam. Saltam pela janela. Insignificante ser. “Sou eu, o Ego”, digo-me à luz para me convencer que sou eu mesmo. Saltos abstractos. De repente, ficam presos no chão. Saltam mais, não conseguem. Param de saltar. Saltam, descolam-se e voam. Os dias são coisas estranhas. Quem lhes disse para terem vinte e quatro horas? Eu não fui. Quem terá sido?
Deus?! Não, não foi deus…
Deus nem sequer existe. E se existe deus? Daria Deus ao dia vinte e quatro horas? Nããã, deus não se mete nessas coisas. Vais para o inferno! Quem, eu? Não, eu! Tu? Sim, tu!
Caminho na espiral como tantas outras vezes caminhei. (Não percebo as pessoas. Quanto menos lhes damos mais querem.) Nós? Sim, nós, quem mais? Eu? Tu? Ainda dizem que somos egocêntricos. Nã… dizem isso de mim? Os dias voltam a saltar. Esquivos estes dias, parecem pulgas. Melhor pulgas que carraças. Não sei?!
Os dias saltam comigo. Eu paro de saltar. Os dias continuam. Quantos dias já passaram por aqui hoje? Perdi a conta! Eu paro. Mais uma vez. São casas lá ao fundo? Não não, são caras! Ah, pois são… Amanhã… Ou nas calendas…

2010-03-11

8-QC16/282153303.1226

8-QC16/282153303.1226
Sem nada para fazer, decidi debruçar-me nas minhas obsessões:
Tempo, Eu, o espaço, estados, fumar, beber, os meus vícios em geral, a morte, a consciência (problemas de consciência), o tudo, o nada, coisas, o abstracto, dormir, acordar, o olhar, sentidos, o jogo, relações. O existir?
O Tempo. O hoje, o passado, o presente, o futuro, o presente que não existe. Quão obcecado sou eu pelo tempo? Quanto me prende ele? Quanto tempo toma da minha vida? Quanto me atormenta? Quanto me fascina? Quero manipulá-lo.
O Eu. Eu sou Eu, Eu não sou Eu. Posso ser eu sem sê-lo. Posso até ser alguém. Outro alguém. Mas então, quem serei Eu?
O estar sentado, deitado, em pé, a caminhar, parado, na rua ou em casa, num espaço inexistente. Tudo simples acções quotidianas implícitas ao meu ser. Sem poder fugir, é aquilo que mais faço. A rua, o exterior que observo, o interior que caminho. E esqueço-me disso?
A morte. Associada ao tempo e ao espaço. É a minha tormenta. Quantas vezes já morri? O morrer, o não saber quando, o saber quando, o escolher quando, a não escolha, o viver.
Vícios. Sede, fome, fumo, ácido. Come, bebe, corre, vê. O que vês? Não consigo ver? Vê melhor! Já disse, não vejo nada. Ouve então!!! Não consigo. Realidades paralelas. Observação, um sentido que não perdia por nada. Antes morrer de vício.
O jogo. Aprender o jogo é difícil, quase tão difícil como jogá-lo.
Consciência. Consciência ou não-Consciência. Existo? Não existo? Quem? Eu? Não.
Eu sou eu? Existência. O que é isso? Um animal? Uma planta? Um mineral? O ser.
O abstracto. Tudo o resto de gatafunhos que não consigo decifrar.
Relações inexistentes entre coisas e pessoas que são quem não sou e que eu não percebo.
Dormir. O sono, o sonho, o pesadelo. A obsessão de viver no mundo do sonho. No mundo que não é o meu. Qual é a realidade?
Será que estou na Matriz?
Prazos?
O ir, o voltar. O estar ausente. Onde estive? O corpo? Saíste ou não?
Personificação dos objectos. Objectos que são Eu.