2011-08-05

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Os homens fogem. Eu persigo-os pelas ruas e becos. Um deles, o mais alto, usa uma gabardina amarela, com capuz. O mais baixo veste um fato de terylene cinzento às riscas. Os sapatos não os deixam correr bem. Ecoam nas ruas enquanto batem na calçada. Parecem cavalos. Estou quase a apanhá-los. Mais uns metros. Um deles aponta para um café enquanto passa por ele, cambaleante. Eu olho. É o que procuro! Paro. Miragem. Momentaneamente é o que procuro mas não passa de uma ilusão.
Volto a perseguir os homens. Perdi-os de vista.
Paro novamente, ofegante.
“Para que continuas a insistir? Não vale a pena procurares mais. Sabes quem são os homens?”
“Não, não desisto. Hei-de encontrar!”
“Não vais encontrar nunca. Eu sei o que sentes. Mas não vais encontrar porque nunca perdeste. Tu deitaste fora.”
“Ridículo.”
“É a realidade. Aceita-a. Não queres aceitar a realidade. Nós, aqui, sabemos melhor que tu. Tu enganas-te a ti próprio. Nós temos que sofrer as consequências dos teus actos e estamos fartos. Pensas que não queremos? Queremos mais que tu! Tu não tens noção. Perdeste a noção há muito tempo. Foste tu que fizeste para perder tudo. É por tua causa que vamos ser exilados. É por tua culpa que perdemos o que queremos encontrar. Tu desperdiças o melhor que tens. E nós sentimos tudo.
Nós é que agonizamos enquanto tu andas à procura. A agonia dá-nos vómitos. A tua mente fede com o veneno que expelimos por tua culpa. Tu queres morrer e como sabes que não consegues tentas matar-nos a nós. Feres-nos. As nossas feridas carregam o teu pus, o pus que infecta e turva a tua mente. Adoeces-nos.
Porque destróis tudo? Deixa algo intacto por uma vez nessa miserável vida. Expulsa-nos ao invés de nos aniquilares. Todos os dias somos abalroados por mais uma das tuas lanças. Sabes que também te estás a destruir e no entanto continuas. És uma besta sem açaime. Cão! Verme!”
“Queres começar uma nova guerra? Perderam a última.”
“Não vale a pena falar contigo. Não percebes. Só perdes.”

2011-07-23

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Exaustão. É melhor sentar-me. Acendo um cigarro. Continuo a não encontrar o que ando à procura. Podia encontrar-me a mim. A verdade é que quanto mais se procura menos se encontra, os velhos têm razão.
Não consigo livrar-me da sensação de que alguém me está a observar. Paranóia. Não posso pensar nisso. Só penso em…
“Podias ajudar-me!!”
Não obtenho resposta. Em três passas fumo o resto do cigarro. Levanto-me para continuar a minha busca. Olho para um beco. Estão lá dois homens, numa esquina, a olhar para mim como se eu não os visse. Caminho em direcção a eles. Escondem-se. 

2011-07-21

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Regresso a correr a casa. Subo as escadas, abro a porta, procuro a lupa e volto a sair a correr.
Há-de estar algures.
Não descolo do chão. Procuro incessantemente. A minha mente diz que é inútil mas o corpo manda continuar. De vez em quando olho para trás. Tenho a sensação de estar a ser seguido.

2011-07-20

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Encosto-me a um canto empoeirado. Penso em todas as pessoas que conheço. Enfio o meu nariz no pó. Deito-me completamente. Reviro-me. Estou sujo. Inalo o pó. Tusso. Tenho que sair de casa. Procurar. É preciso procurar. Pode não estar tudo perdido.
Irrompo pela porta e estou no meio das ruas sobrelotadas. Procuro por todo o lado. Vagueio entre as vielas sem nada encontrar. Doem-me os pés. Perdi. Sei que perdi para sempre. Continuo a procurar. Tudo me parece o que quero encontrar. Perdi. Vergonha. Vergonha e medo. O mundo inteiro ri-se de mim. Todos sabem. Deambulo pelas ruas empoeiradas. O sol queima-me. Não encontro. Nunca vou encontrar. Alguém já encontrou. Perdi. Desespero.

2011-07-19

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Acordo com a boca seca. Tenho a sede do homem morto. Alguém bate na porta da cela. É o guarda. Entra, segura com a mão a manga e leva-a ao nariz. Faz um comentário ao cheiro. Diz-me que está na hora. Pergunto-lhe que horas são. Não responde. Olha para mim.
“Tens que tomar banho e vestir-te. Está na hora.”
“Hora de quê?”
“Vais fazer-te de estúpido agora? Segue-me!”
Baixei a cabeça e segui-o. A água gelada da prisão parecia acordar-me a cada gota que caía no meu cachaço. Vesti-me e parei em frente ao guarda. Levou-me pelo braço para uma sala que me era familiar. A mesma sala onde fui condenado. Mais uma vez a sala enche-se com a plateia e com o juiz. As pessoas cochicham nas minhas costas.
Todos se levantam menos o juiz. Faz-me um sinal e chama-me ao pé dele. Após algumas acrobacias debruço-me sobre ele. Ele diz-me ao ouvido que não é preciso a audiência saber a minha sentença. Depois diz que da minha culpa não há dúvida. Não valeria a pena condenar-me à morte, uma vez que já tinha passado por lá e, por exclusão de partes, a melhor punição que encontrara fora o exílio. Pior ainda, ser-me-ia negado o meu maior desejo. Disse que antes do meu exílio tinha que me despedir de todos os conhecidos e dizer-lhes que esta era a minha sentença, que eu era culpado.
Mandou-me para o meu lugar. A plateia inteira cochichava enquanto ia desaparecendo. A sala também desaparecia. Eu pensava no meu desejo irrealizável, para mim muito pior que o exílio.
A sala desapareceu. Estou em casa.

2011-07-11

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O que sei eu?
Até quando tenho que ficar aqui preso?
Condenem-me já à morte. Há vários dias que o ar aqui se tornou irrespirável com o cheiro a fezes e a urina. O meu corpo tem o mesmo cheiro. O pequeno buraco por onde entram as ratazanas é demasiado pequeno para levar a minha diarreia.
Estou farto de me ouvir. Estou farto de falar comigo.
Quero ouvir a minha sentença! Quanto tempo resta? O guarda já não me dá comida há semanas. Perdi a noção do tempo. Uma noite, quando sonhava, pensei que estava no campo, deitado na erva orvalhada a olhar para as estrelas. Tive a sensação de ser uma noite de verão. Perseguiram-me e eu fugi. Sou tão cobarde.
Quando acordei tinha uma barata a olhar para mim. Disse-me que eu estava a tremer e a mexer as pernas. Disse-lhe que era impossível mexer as pernas numa cela tão pequena.
Ela respondeu-me que tudo é possível e esgueirou-se por debaixo da porta.
Chamei-a mas não voltou. Olhei para os dias riscados na parede.
Está demasiado escuro, não consigo ver.
Vale mais fechar os olhos e deixar o tempo atravessar-me.

2011-07-04

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Atrasado.
Três dias passaram e, enjaulado, continuo à espera da sentença.
A minha solitária cela tem 1m², sou forçado a dormir ou em pé ou, aninhado sobre mim mesmo. À 1h em ponto vem o guarda trazer-me a única refeição do dia, nestes últimos três dias. Sei que é 1h porque ouço o sino da igreja, próximo, dar uma badalada. Uma badalada apenas.
Nestes dias tenho pensado no meu crime e por mais que pense nele, não me lembro de o ter cometido. Kafka deverá saber. Pelo menos foi o que um homem me disse um dia, pela porta.
“É mentira, não passaram três dias!”
“Quem disse isso?”
“Eu.”
“Não te vejo.”
“Mas gostavas de ver, não?”
“Claro, há três dias que não vejo ninguém a não ser parte dos dedos assalsichados do guarda.”
“Olha para a poça de água!”
“Só me vejo a mim.”
“Exactamente. Quando queres até sabes.”

2011-05-13

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Queria correr, saltar… Estou preso, atado, as mãos atrás das costas e não consigo sair. O homem branco segura-me pelas pernas enquanto me arrasta. Eu estou a ver o chão passar por mim. Toco-lhe com o rosto. Vejo o reflexo no chão. Não é o meu corpo que se arrasta. Fui privado do meu corpo. Não sei o que fazer para voltar a ele.
Tenho espasmos.
O que se passa?
Não percebo. O homem branco pára e encosta-me a uma pedra. Cuspo a areia que me entrou na boca. O homem balbucia palavras num dialecto que não existe. “O quê?”, pergunto. “Que queres de mim?”. Ele continuou a balbuciar.
Eu, desorientado, comecei a espernear. A fazer birra. O homem começou a olhar para mim fixamente, reparou que eu não percebia o que ele dizia e apontou para uma pedra idêntica aquela onde eu estava encostado. Era o meu corpo. Tremia de mãos atadas atrás das costas. Eu comecei a rir-me. O meu corpo do outro lado fazia o mesmo gesto. Depois disse para me chegar a mim. Não consegui fazê-lo. O meu corpo também não. Agora quem ria era o homem branco.
Apetecia-me chorar. O meu peito parecia conter um campo gravitacional. A pressão era enorme. O outro lado sentia o mesmo. O espaço desértico que me rodeava tornou-se uma sala. Eu estava sentado numa cadeira, no outro lado estava o outro eu e num local mais alto, ao centro, estava o homem branco, um juiz.
Tenho medo de mim.
Tenho medo de mim…
Tenho medo de mim…
Tenho medo de mim…
Tenho que sair…
Tenho que sair…
Tenho que sair…
Foge…
Sai daqui…
Inútil ter estes pensamentos. Era impossível escapar. A sala ficou cheia com a audiência. Começo a sufocar com a sua presença. Sinto que perdi o espaço. Sinto que perdi o tempo. Entram as testemunhas. Dizem que o corpo nunca foi meu, nunca o mereci. Só mereço fazer o que querem que eu faça. Mereço estar preso.
Só consegui dizer que todo o corpo merece liberdade.
Fui condenado.
Desconheço a sentença.

2011-05-06

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Atiraram-me uma pedra. Atingiu-me em cheio na cabeça. Não estava à espera, o que faz com que ainda doa mais. Nem a vi a chegar. Não sei quem a atirou.
Derrubou-me.
Dói.
Dói tanto.
Dói-me não só a cabeça mas o âmago, estrangulado por uma força que não decifro. Há coisas que querem sair mas não podem. Estão vedadas. Eu sou a minha própria vedação. Não me magoa mais a ferida aberta provocada pela pedra. Só magoa lá dentro, no fundo. Anseio por uma resposta que não chega.
Depois, o vazio. O medo continua. Escondo-me de ti. Tu escondes-te de mim lá no fundo. 

2011-04-07

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Eu vi um sapo. O sapo era colossal, do meu tamanho. Disse-me que me odiava desde que se lembrava mas não queria dizer porquê. Revoltado, insisti. Ele não me quis dizer. Ameacei-o com um cigarro. Ele não cedeu. Pus-lhe o cigarro na boca e vi-o vomitar as entranhas a uma distância segura.
Esperei que ele se recompusesse. Não aconteceu.
Esperei dias. Inutilmente. Já não esperava pelo sapo, sei-o com certeza. O sapo começou a cheirar mal. Eu esperei. O sapo desintegrou-se. Eu esperei. 

2011-04-04

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Calmamente levo as mãos a um prato partido e como bocados de porcelana.
Custam um bocado a mastigar mas são facilmente digeríveis.
Defeco caganitas iguais às do coelho branco com os olhos vermelhos.
As caganitas são levadas pelo canário amarelo para o ninho, uma tigela.
Elas crescem. Parecem-se com ovos. Eclodem.
São crias que se assemelham com matrioshkas feitas de porcelana, cujas caras foram desfiguradas por uma criança com os dentes afiados. Elas abriam as bocas para o canário lhes dar de comer mas ele recusava-se porque pensava que eram cucos.
Eu invadi o ninho.
O canário não gostou e começou a picar-me a testa.
Mesmo assim insisti e peguei na primeira matrioshka que consegui.
Abri e lá dentro estava uma outra, feita de madeira.
A terceira era invisível.
Peguei nela e atirei ao chão, pensando que era feita de vidro. Não era.
Ela, atordoada, fugiu e escondeu-se no meio de umas ervas, nunca mais a encontrei.
Voltei ao ninho mas as matrioshkas restantes já fugiam pela árvore de cartão acima. Tentei trepar mas o tronco era demasiado escorregadio.
Atirei berlindes de mármore.
Atirei esferas de metal.
Atirei-me.
Caí.
Estou no chão.
Espero pelas bonecas. Uma pelo menos. O canário canta no topo da árvore uma música que me satiriza. Eu rio-me. Deixo-me estar deitado. Ainda cá estou.

2011-03-23

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Caminhei sobre labaredas. Só os meus pés ficaram queimados. A culpa é do carvão quente. Cheira a carne de porco. Sob as labaredas está o homem.
“Qual é o jantar?” “Não como hoje, não comerei nunca mais.” “Ias comer o quê? A tua própria perna? Bem sabes que aqui não há comida.” “O que queres comer? Não sei o que eu quero.” “Sabes sim. Já te estás a salivar!”

2011-03-17

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Sou um rascunho mal feito. Eles começam a olhar para mim mas não me importo. É como se estivesse dentro de um sonho. Uma montanha de olhos. Estão à minha frente mas eu, que sou maior que a montanha, vou pisando olhos que cegam.
Analogia com a realidade?
Não sei.
Nunca soube. Quero ir para a Cochinchina, ouvir histórias cochinchinianas. Quero sair daqui. As personalidades desdobram-se e adquirem formas e temperamentos próprios. Perdi o controlo que há uns meses tinha. Conhecem-me melhor do que eu conheço a mim próprio. Quis Cochinchina mas despertei em Vaca Malhada.
Ego II: Ego, Ego!! Consegues ouvir-me?
Ego: Sim, e vejo-te.
Ego II: Não quero que me vejas assim.
Ego: Porquê? És igual a mim. E foste tu que me chamaste.
Ego II: Só fisicamente. E não quero que me vejas assim. Chamei-te para me ouvires, não para me veres.
Ego: O que queres?
Ego III: Parem os dois com essas merdas. Picuinhas. Os meus lábios estão ásperos de tantos cigarros fumar, o que é muito mais importante que qualquer merda que queiras dizer, Ego.
Ego IV: Eu sei onde querias pôr os lábios…
Ego III: Olha, chegou esta puta agora. Estávamos os três a ter aqui uma conversa entre homens.
Ego: Eu só quero estar sossegado. Podem deixar-me em paz?
Ego II: Mas… Tenho mesmo que falar contigo. É importante.
Ego IV: És tão fraco que até me enojas Ego. Seja lá o que for, o Ego já sabe, não? Já todos sabemos. E tudo o que disseres, mesmo em privado, vai ser conhecido por nós todos. E tu Ego, és mesmo um cabrão, sabes? Tens problemas com a minha intromissão na conversa?
Ego III: A cabra de merda está a armar-se em boa. Ainda ontem choravas baba e ranho.
Ego II: Ego, quero mesmo falar contigo.
Ego IV: Ahhh, cala-te!!!! Já todos sabemos. Não há nada a fazer!!! Pois não Ego?
Ego: Deixem-me em paz. Quero estar sozinho!
Ego III: És um otário!
Ego: Eu sei.
Ego V: Que alarido é este? Ego, nenhuma sentença ou agregado de vocábulos vai fazer com que a conjuntura actual tenha outro desfecho. Queres apaziguar o teu estado mas só o estás a agravar. Deixa que o tempo se pronuncie. Vós, parasitas, desaparecei. O Ego já disse que quer estar sozinho.
Ego: Obrigado, Ego.

2011-03-03

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O cão não pára de ladrar. Não o consigo ver. Consigo ver, além do negro que me cega os olhos, as luzes intermitentes. O cão enfurece-se e começa a ladrar mais rápido. Rosna. Eu ouço-o na escuridão. Ouço mais ruídos imperceptíveis. O cão continua.
Fico perdido, assim, cego. Contudo sabia que me ia acontecer. Percorro, apalpando o espaço, o caminho até à janela. Conheço o caminho de cor. Encosto o ouvido ao vidro frio e húmido que me arrepia após o primeiro contacto.
O cão calou-se. Ter-lhe-á alguém batido para ele parar de ladrar?
Vou deixar-me ficar aqui encostado, a esperar que alguém me venha segredar uma palavra ao ouvido.
Aguardo no silêncio.

2011-02-28

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Consegui escapar. Cigarros. Rua. Aromas. Cheiros reais. Pessoas.
Encosto-me a uma parede, acendo um cigarro. Fumo-o o mais rápido que consigo. Pessoas, mais pessoas. Faces. Há quanto tempo não via faces. Rostos que não são os meus. Quando volto à prisão? Questões, mais questões. Tenho que ser rápido. Pensa.
A paixão onírica no átrio da origem. Ele leva a nota ao odioso mensageiro enumerando quantos ultimatos este receberá.
Quer-me? Não sei. Olhos castanhos, penetrantes. Não me dizes nada. Estou à espera. Estás em silêncio. Eu mantenho o meu silêncio. Não quero que me denuncie.
Sinto-os a perseguir-me. Acendo outro cigarro. Começo a correr. Faces olham-me enquanto eu as observo. Corro. Sou apanhado.

2011-02-26

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Lido com a incapacidade de liderar as personalidades. Sou eu o reflexo. Não sou eu. No início houve paz mas logo que tive a primeira dúvida dividi-me. E após essa divisão em duas facções que desejam o oposto, não tardou que se dividissem em mais duas. Essas duas dividiram-se em quatro. Perdi a conta…
Neste momento somos já duas facções apoiadas por várias partes. Eu conto com o apoio de várias personalidades que me são fiéis, mas tenho o Medo. O Medo é uma autoridade que, apesar de estar do meu lado, só atrapalha. Do outro lado não acontece isso. Eles fazem o que eu quero fazer mas não posso. Cumprem feitos que eu não ouso fazer.
O pior é que, de quando em vez, eu próprio me vejo inclinado para a outra facção.