2011-03-03

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O cão não pára de ladrar. Não o consigo ver. Consigo ver, além do negro que me cega os olhos, as luzes intermitentes. O cão enfurece-se e começa a ladrar mais rápido. Rosna. Eu ouço-o na escuridão. Ouço mais ruídos imperceptíveis. O cão continua.
Fico perdido, assim, cego. Contudo sabia que me ia acontecer. Percorro, apalpando o espaço, o caminho até à janela. Conheço o caminho de cor. Encosto o ouvido ao vidro frio e húmido que me arrepia após o primeiro contacto.
O cão calou-se. Ter-lhe-á alguém batido para ele parar de ladrar?
Vou deixar-me ficar aqui encostado, a esperar que alguém me venha segredar uma palavra ao ouvido.
Aguardo no silêncio.

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