2008-02-28

Dia 150

Dia 150:
Quando me vejo a correr no meio daquela mata sou jovem. Sou novamente jovem dentro da minha juventude… faz-me lembrar que sei correr… agora só ando e espero chegar ao dia em que não possa andar mais…claro que provavelmente não vai chegar porque eu não deixo. Antes disso selarei o meu cavalo e partirei a galope em direcção às nuvens. Tudo isto durante o sono, durante o sonho.
O meu cavalo não precisa tornar-se um Pégaso para voar, nem precisa da magia do Unicórnio.
O meu cavalo só precisa de cavaleiro e desse mundo que está à minha espera todos os dias….
O meu cavalo voa sem asas ou magia.
O meu cavalo é livre…
O meu cavalo abandonou-me…
Já não o cavalgo há séculos desde que o homem os escravizou…
O meu cavalo é selvagem…
Sei que um dia vai voltar e levar-me para o sol poente… De manhã, às vezes, pensei vê-lo chegar ao longe mas logo reparei que era uma ratazana, um qualquer mamífero rastejante e não está assim tão longe de mim… Se fosse maior poderia carregar-me com a mesma subtileza do cavalo… mas o seu tamanho não me permite cavalgar…
A sua beleza é a do cavalo…
Todos os seres são iguais em beleza…
Bebo… sorvo o líquido que me inebria…

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