2008-10-29

Mercurii dies

Mercurii dies:

O Passado persegue-me; tenho que fugir dele a toda a hora: tarefa difícil, já que estou morto. Mais difícil é aturá-lo com os seus “bla blas”, garanto que com o seu paleio consegue acordar os mortos…. É chato, chato, chato… Veio ter comigo só para me contar coisas que tento esquecer para tentar mais tarde, se possível brevemente, viver em paz comigo. E o Passado é uma pessoa que não se conforma com nada. Tem que controlar, estar por cima da situação. Eu sei que carrega nele as frustrações de toda a gente mas também deve haver temas mais interessantes para falar. Podia falar de coisas felizes por exemplo. Isso para mim seria óptimo. Encontro-me aqui imóvel, logo seria bom ter alguém que falasse comigo mas pronunciar essas coisas…. Essas coisas não devem ser ditas nem pensadas, por isso é que são coisas. Indefinidas… Cala-te Passado… fui obrigado a dizer-lhe das boas. Com ele é sempre a mesma história. Mandei-o embora para fazer as coisas dele, se bem que ele não faça coisas. Vou viver por um bocado e já volto. Começo a gostar destes escapes.

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