2012-04-12


Morri outra vez como tantas outras vezes. Morto. Vivo. Morto. Vivo. Morto-vivo.
Recebi a tua mensagem, aquela que não sei se enviaste. Coincidência?
Morro mais um bocado. Quero morrer à sombra.
Já não me lembrava do homem. Não importa. Para quê o suspense? O homem era eu, no futuro, uma caveira com pelo que cola páginas de livros para inutilmente construir uma casa. Ridículo. Constroem-se muitas coisas com literatura mas não casas. Já não me quero encontrar. Para quê? Para me perguntar como me meti naquela situação? Certamente enlouqueci. Que páginas de que livros? Hmmm, boa pergunta. Se me encontrasse seria essa a minha pergunta. Tantos livros para escolher.
Tanta gente que passa e ninguém me acordou da morte. Podiam ao menos arrastar-me para aquele bocado de relva onde os cães cagam. Fertilizante para plantas. É que nem o cheiro os incomoda. Porcos!
Por que raio é que morri?! Já não me lembro. Fome? Doença? Fadiga? Porque estou a olhar para o céu enquanto penso isto? Porque estou a escrever tudo o que penso? Ai…
Ai…
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