2008-03-13

Dias 154/155/156/157/158/159

Dia 154:
Hoje tomei uma decisão…
Vou deixar a rotina de lado, isto é, se a minha vida tiver uma rotina (, e eu sei que tem). Não quero repetir o que fiz ontem!
Logo, hoje… é proibido acordar, tomar banho, comer, beber, mijar e cagar. Não posso ir ao café perto de casa nem a café nenhum, já que é um hábito. Não devo tomar café nem falar, não quero sentar-me ou fumar. Estou proibido de andar mas posso correr visto que não é quotidiano…
Não foder, nem sequer masturbar, não pensar, não agir, não me mover de todo, nem os braços, não desenhar, não pintar, não sorrir, posso chorar…
E sobretudo não ESCREVER a minha crónica…
Resumidamente não sairei do sítio com receio de estar a ser rotineiro…


Dia 155:
O ritmo quotidiano afasta-se ainda mais de mim do que já estava antes.
A rotina deixa-me aqui desolado num canto a chorar (visto que não o fiz ontem). Desesperado, sei que causei isto…
E sei que o início desta decisão foi quando quis quebrar esses costumes.
Perdi a noção das coisas. Mijei-me, caguei-me, não consegui aguentar. Não fui à casa de banho pelo menos… Cheiro mal, não é hábito, só costumo fazê-lo de vez em quando.
Estou cheio de fome e sede. Masturbei-me…
Por que razão o fiz se estou a ir contra mim?


Dia 156:
Rotina: Afinal quem inventou a rotina? Há quanto tempo (em segundos) isso foi?
Não estou eu a ser rotineiro mesmo substituindo as acções de um dia e atribuindo-as a outro. Esta escolha não me vai levar a um ciclo do mesmo modo?
Dia 156.2:
Não sei o que fazer quando não me apetece fazer nada…
Sugestões…


Dia 157:
Nada…
(Como tantas vezes) … A culpa é da Rotina….


Dia 158:
Não sei o que são sonhos.
Não sei quem sou eu.
Não sei nada…
Não sei onde estou. O espaço é escuro e não me deixa ver além de três velas vermelhas acesas cuja chama se apaga lentamente. Foi o vento que me deixou às escuras. A tempestade passou mas continuo sem ver um palmo à frente. Tenho medo. Tremo de frio…
O que se passa aqui? Andam espíritos a voar à minha volta e são abutres que querem comer os meus restos…


Dia 159:
O amor… Esse sentimento indescritível…
Quanto amo quando amo!!!
Pode ele ser avaliado, calculado e traduzido numa medida qualquer?
Poderei eu dizer amo 1.000.000.000.000 (x)? E qual seria a unidade deste x? Quantos graus até matar?

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