2007-10-26

Dias 23/24

Dia 23:
Um dia perfeitamente normal. Voei e voei…
Viajei pelos confins do universo e pelo meu interior da minha mente.
Dos confins do universo escreverei uma próxima. Desta vez abordarei o meu inconsciente. Como já escrevi anteriormente um dos meus passatempos preferidos é sonhar. Só não escrevo preferido porque há umas quantas necessidades físicas sem as quais seria impossível viver (pelo menos para o Ego). Penso que toda a gente consegue enumerar várias necessidades físicas aprazíveis e imprescindíveis ao ser humano.
Dia 23.1:
Voltando ao Sonho:
Deito-me usualmente muito tarde e sofro de insónias (por hábito ou forçadas a verdade é que não consigo dormir muito bem). Contudo considero-me uma pessoa sonhadora que tenta viver essa realidade ao auge porque quando adormeço permaneço nesse estado letárgico o máximo de tempo possível. O que quer dizer que evito/falho todo o tipo de compromissos existentes para essas “sagradas” horas diárias assim como todo e qualquer tipo de despertadores (uma praga que nos controla e stressa). Por isso tenho o tempo para deambular nesse mundo de (ir)realidade e acordar lentamente a lembrar-me de vários desses episódios. No mundo onírico passam-se certas acções que no mundo “real” seriam impossíveis de realizar.
(Não estou aqui para contar sonhos e se o fizer não será minha intenção. Tudo que é descrito nestas crónicas aconteceu mesmo por mais absurdo que possa parecer à Vossa realidade. Nunca, nunca se julguem mais lúcidos que os outros. A minha realidade existe tanto como a Vossa. Tudo escrito ao longo destes dias, mesmo que não escrito no próprio dia, é totalmente real ou não me chamo Ego Euich Jeiyo. Aquilo que fica por escrever ou explicar é simplesmente porque Eu não o quis revelar. Todavia posso-o revelar mais tarde ou nunca mais. Tudo depende de mim. Este “Blog” foi criado por mim para mim. Por isso não peço para quem se perder e entrar aqui compreender alguma coisa.)
Dia 23.2:
Fico perplexo com a minha atonia quando confrontado por um desses quadrados/rectângulos que infectam a minha vida. Refiro-me a todos os aparelhos detentores de imagens (televisões, computadores, janelas, placards, telemóveis, câmaras, etc.) transmitidas de qualquer modo, modos esses que aumentam de dia para dia. Sei que sou uma pessoa de muitos vícios mas este foge completamente ao meu controlo. E tornou-se uma verdadeira epidemia mundial. Evito o contacto com estes mecanismos demoníacos mas quando me apercebo estou já agarrado ao ecrã a ver as imagens de múltiplas cores em movimento. Dizem que o vídeo matou a rádio mas ele é uma assassino em série. Chacinou toda a espécie de sociedade que existe.
Ex:
-Arruinou a literatura: é muito mais fácil estar sentado ver um filme do que ler o livro que lhe deu origem.
-Arruinou imaginação: as pessoas vêem apenas o ponto de vista de quem fez o filme e abdicam da sua própria visão ao ler o livro.
-Arruinou a convivência social. (Neste item são tantos os defeitos a apontar que cada pessoa deve raciocinar e descobrirá uma multiplicidade de vínculos que esses aparelhos estragam a cada minuto que passa.)
É verdade que progredimos numa era digital e virtual mas será que toda esta tecnologia é positiva?
Penso que não nos devemos entusiasmar demasiado ou acabaremos sentados numa cadeira ou sofá o dia todo, sós, a admirar aqueles programas fantásticos e a conversar com amigos ilusórios.

Dia 24:
Podia escrever sobre assuntos variados mas não descreverei nada do meu dia.
Revelo apenas o sentimento de êxtase e de inebriação sóbria.
Nada mais.
Talvez outro dia. Como sempre. Apenas permanecerei aqui no meu lugar com o meu cigarro a lembrar-me que existem dias maus e bons.
Não sairei para o caos.

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